Em 1973, Clifford Geertz se colocou esta questão: "O que faz um etnógrafo? Para ele mesmo responder: Escreve.
A partir desta simples constatação se abriu toda uma questão orientada para uma reconfiguração de todo um quadro do pensamento social, pois agora, as investigações filosóficas parecem ser criticas literárias, como ao pensar Sartre escrevendo sobre Flaubert, as discussões cientificas se assemelham a fragmentos de belas letras (Lewis Thomas), fantasias barrocas se apresentam como observações empíricas inexpressivas (Borges, Lezama), histórias que consistem de equações e tabelas ou ainda testemunhos jurídicos (Fogel e Engerman), documentos que parecem confissões verdadeiras (Mailer), parábolas que passam por etnografias (Castaneda), tratados teóricos expostos como recordações de viagem (Levís-Strauss), argumentos ideológicos apresentados como investigações historiográficas (Edward Said), e assim por diante.(Reynoso, 2003, 63).
Assim, apesar de se encontrarem em posições diferentes dentro da escala cientifica e metodológica, é interessante notar como a Literatura, a História, Filosofia, a Psicanálise e a Antropologia, fazem uso das técnicas narrativas (textos), e mais do que isto, elas são alegóricas, tanto no conteúdo (no que ela diz), como em sua forma (modo de textualização).
Outra importante constatação é de que tudo é texto: Para Barthes (2006), tudo é texto e qualquer novo texto reúne fragmentos de citações passadas, pedaços de códigos, modelos rítmicos, fragmentos de linguagens sociais, etc., que passam através do texto e são redistribuídos dentro dele, visto que sempre existe linguagem antes e em torno do texto. Nestes, as redes são múltiplas e se entrelaçam. Este texto é uma galáxia de; não tem início; é reversível e nela penetramos por diversas entradas, sem que nenhuma delas possa qualificar-se como principal.
A medida que tudo é texto, estaremos neste Grupo comparando diferentes tipos de textos como o literário, o cinematográfico, o cênico, o romence gráfico (mais conhecido como quadrinhos), e o chamdo hiper-texto lembrando que estes textos são concebidos como uma série de sentidos que mudam, contradizem e respondem um ao outro: ― um assunto significante esperando o sentido‖ (PAVIS citado em SCHIMIDT, 2005, p. 53).
Referências:
BARTHES, Roland. O prazer do texto. Trad. de Jacó Guinsburg. São Paulo: Perspectiva, 2008
REYNOSO, C. (ed)- “El surgimento de la antropologia posmoderna”, 2003, Gedisa, Madrid
SCHIMIDT, Kerstin. The Theater of Transformation: Postmodernism in American Drama. New York: Rodopi, s/d.
terça-feira, 22 de março de 2011
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